segunda-feira, 29 de abril de 2013

Samba do avião

Um dia disse-te que tinha dentro de mim uma moça do Rio de Janeiro que ficava todos os dias a ver o mar da sua varanda em Copacabana, ouvindo Tom Jobim, João Gilberto ou Vinicius..

Prestaste atenção. Mimaste essa moça e por vezes conseguiste fazer com que desviasse o olhar das ondas que teimava em não deixar de observar.

Mas o melhor era quando ficavas com ela também a ver o mar e a ouvir a música ao longe. Quando deixavas que te agarrasse os dedos, contra vontade, e deixavas que te cheirasse a covinha atrás da orelha sem nunca desviar o olhar das ondas, da a imensidão do azul que a acalmava. O mar era o nosso mar. Onde nos entendíamos sem falar. O simbolismo daquilo que fomos.


Sem comentários:

Enviar um comentário