quinta-feira, 7 de maio de 2015

The Weight of My Words

Costumo defender-me de esoterismos dizendo que só acredito naquilo que vejo e que quando morremos, acabamos. Somos seres vivos, parte da Natureza.
Se por um lado isto é o lógico e o racional, custa-me perceber como pode findar uma vida quando se vive anexando vidas ao longo do caminho.

Isto é, a destruição corporal não pode ser o que define o fim da vida. Se por um lado vida é interacção, vida também é memória... e essa não morre. Pelo menos a enraizada. Por que funcionamos assim, lembramo-nos daquilo que nos marca.
E é impossível esquecer a morte.

Também não sei se a morte terá a força com que a enfrentamos como espectador. Se calhar é ainda maior. Mas há tanta coisa que a morte não leva, tanta coisa que nos vai ligando à vida, mesmo quando a existência física de extinguiu.

A imediatez da morte pode levar a presença do corpo, a rapidez da resposta e o arrepio do toque.
Nunca poderá levar as palavras ditas, os olhares trocados, o sabor da pele e o cheiro da roupa.

Esses preservam-se na nossa máquina dos sentidos, profundeza de memórias, caminho dos sonhos.

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