terça-feira, 13 de outubro de 2015

Para abrires dia 29 de Outubro de 2015

Sempre que falamos fico a sentir um misto de fragilidade e força. Se por um lado tocas nos meus pontos mais frágeis com uma maestria cirúrgica como se me conhecesses há anos; por outro lado impulsionas-me a todos os dias a pensar em mim, a embarcar numa reflexão que devo ter agora.

De todas as vezes que estamos juntos, saio impressionada com o controlo que tens sobre o teu discurso, sem nunca o interromperes para ligares ideias ou substituíres a palavra que afinal não descrevia exactamente aquilo que querias dizer.

Esta vez não foi excepção.

De todas as vezes, fico eu com a sensação que não consegui dizer tudo. Que queria ter ficado contigo mais seis, oito, nove horas a falar, até não termos mais nada para dizer.

Esta vez não foi excepção.

Hoje deixaste-me mesmo de rastos pois conclui que, ao contrário de ti, não tenho em mim a força para ir. Posso ter a força para deixar o «todos os dias», mas não tenho a força para, sozinha, ir por aí em busca daquilo que sou e, com tanta clareza como a tua, definir o que quero para mim a seguir. Às vezes acho que sou uma alma velha num corpo novo.

Admiro a tua garra para dizeres que poucas coisas te prendem e que tens de ir. Que agora é o momento. 24 anos são o momento. Leva essa garra contigo. Agarra-te a ela quando sentires saudades e quando achares que é momento de voltar. Não regresses da primeira vez que sentires que é momento de voltar, não vaciles na segunda vez que isso te acontecer. Porque só a partir daí te vais transformar naquilo que te esperas tornar.

Espalha a bondade por onde quer que vás. Experimenta as mil e uma coisas em que podes ser bom. Abraça aquilo que despertar os teus sentidos. Liga-me quando quiseres companhia. Quando regressares, regressa cheio e pleno.


Tinha vontade de partir contigo e de te ir descobrindo ao longo do caminho.

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