domingo, 9 de janeiro de 2011

She has no strings, Apollo

Não ouvia a tua voz desde 1998. Ouvi hoje com uma nitidez indescritível no Natal de 1992. Já não me lembrava que soava assim. Não me recordava do timbre, da textura. Sibilavas os ésses. O teu tom era firme mas ternurento. Falavas-me acerca dos pinhões, dos presentes, da árvore de Natal.
Foi estranho. Por momentos senti que estavas aqui, sentado ao meu lado. Quem sabe se não estarias. Penso sempre que nos vigias de onde quer que estejas. Como se fosses um amuleto psicológico.
Hoje era o teu dia. Nunca digo a ninguém que me lembro. Confessá-lo iria fazer com que se formasse um nó gigante na minha garganta, nó de choro e de incompreensão. É difícil.
Quando te ouvi, sussurrei-te um "Feliz Aniversário", acho que ouviste.
Gosto muito de ti

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