Há alguns anos descobri o meu propósito último nesta vida: salvar os outros de si mesmos. Tinha analisado os últimos tempos da minha vida e tinha concluído que, basicamente, o meu equilíbrio me tinha permitido aproximar de pessoas que se encontravam à beira do abismo. Muitas delas sabiam disso, outras não. Passei muito tempo à sua volta. Disse-lhes inúmeras vezes que todos nós temos um propósito na vida e que somos importantes para a vida de alguém. Fi-los ver que o mundo não é preto e branco e que os momentos a cores são mais e são exactamente aqueles que nos marcam. Passei muitos dias a quebrar paredes, a arrancar máscaras e amarras que os prendiam àquilo que eram. Tomei conta de navios prestes a naufragar e de carros descontrolados. Limpei muitas lágrimas e fui maltratada vezes suficientes. E mesmo assim, apesar de tudo isto, amei essas pessoas como se o meu dever fosse mesmo protegê-las daquilo que eram para si mesmas.
E fui forte. Fui sempre forte. Mantive-me lá, sempre lá.
E fui forte. Fui sempre forte. Mantive-me lá, sempre lá.
Olho para mim agora e não me reconheço. Sinto-me um brinquedo partido, um brinquedo que já não sabe brincar. Ou um brinquedo sozinho, sem uma criança que me pegue e cuide de mim como o maior tesouro que tem. Um brinquedo que grita mas ao qual ninguém dá atenção. Um brinquedo que tenta encontrar vida para além de si e tudo o que vê são pessoas a correr, com assuntos mais importantes, com tempos mais preenchidos, com outras ocupações. Pessoas que já não sabem brincar, que não olham para os seus brinquedos.
you know where you can get the help you need.
ResponderEliminarjust let go of pride.. I'm always here.