segunda-feira, 22 de outubro de 2007

podia mudar de vida

podia mudar de vida. esquecer a existência mundana das coisas. podia ser missionária, podia ser voluntária. podia ajudar meninos pobres, velhotes doentes. podia ocupar o meu tempo com os outros que às vezes precisam de tempo. podia ser activista, preencher o vazio social e lutar por aquilo que acreditasse, fosse lá o que fosse. Mas acho que o problema é precisamente esse. Os filhos do pós 74, dos pós 89 não têm por que lutar. Potquê lutar contra a fome em África se não podemos mudar esses regimes, não podemos roubar aos poderosos e dar numa de Robin dos Bosques século XXI. podiamos ter tido o desafio de lutarmos pela liberdade; conquistarmos. não o temos. já o fizeram por nós. de que vale revoltarmo-nos senão sabemos o que mudar? De que vale queixármo-nos se nada conseguimos melhorar? vivemos na onda do "deixa andar" e disso se queixam muitos países. vivemos acomodados à sombra da Revolução, colhendo tudo o que esta nos deu. não agradecemos. somos os filhos do egoísmo, do individualismo ( e também do endividamento). Temos demasiado amor-próprio e falta-nos altruísmo. somos influenciáveis e influentes e no meio de tudo somos corrompidos pela sociedade que nos pesa nos ombros. a sociedade da competitividade que nos manda abandonar sonhos em troca de dinheiro ao fim do mês, o "salve-se quem puder".
Insustentável.
os fashionistas e a futilidade, as novas religiões e tudo aquilo a que nós mais ou menos nos agarramos. acabou a música de intervenção e a música proibida, rodeamo-nos de hits que foram escritos para enriquecer.
Oiçamos os clássicos.
Oiçamos os clássicos, por favor!

13set07

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