domingo, 13 de abril de 2008
another lonely day
há aqueles dias em que parece que não pertencemos a nenhum mundo. que todos os mundos são estranhos e que não é possível sentirmo-nos confortáveis em nenhum desses mundos. acordamos tão deslocados que achamos que somos as pessoas mais infelizes do mundo. e escondemo-nos. de toda a gente, e muitas vezes, até de nós. choramos a ouvir música ou a ver fotografias, achamo-nos tão vulneráveis como um bebé recém-nascido. e se calhar até somos. nesses dias, paira no ar a sensação de que não podemos controlar o tempo, que a idade passa por nós e só nos quer fazer mais velhos, sem dó nem piedade. envelhecemos 30 anos e ficamos petrificados com o peso das recordações. e existe sempre também aquele grito surdo que nos mata por dentro e que nunca se ouve. nesses dias, quatro paredes podem parecer a maior sala ou o nicho mais pequeno. olhar uma parede branca pode ser o melhor remédio, ou não : podemos ficar a pensar em quatro mil coisas ao mesmo tempo, encadeamo-las e concluimos que a existência é tão abstracta quanto o amor. não nos apetece falar com ninguém mas desejávamos desesparadamente que alguém nos compreendesse em silêncio e que não nos julgasse por não nos conseguirmos explicar. a explicação só vem baralhar. os segredos dóiem-nos como pequenos tumores alojados e não ha posição que nos satisfaça. respondemos mal a toda a gente (é sem querer!) e toda a gente nos faz sentir ainda mais miseráveis. não somos boas companhias. há dias assim.
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