sexta-feira, 15 de abril de 2011

Nothing even matters

Tenho saudades de quando escrevias para mim e me deixavas envelopes lacrados com a cera de uma qualquer vela amarela que encontravas perdida em casa de alguém numa daquelas noite de bebedeira e charros sem fim. Tenho saudades dessa espontaneidade, de me dizeres que era a mulher mais importante da tua vida. Que te tinha dado alento, esperança e alguma coisa pela qual lutar. Eu acreditava. Acreditei em ti até ao último momento.
Tenho saudades da tua escrita à Lobo Antunes, com os parêntesis e as repetições, com interrogações e texto interrompido. Às vezes lembro-me dos teus L's e dos teus R's que tinham forma de menina mas eram inimitáveis.
O teu antigo espírito boémio fantasiava-me e por vezes quis mesmo ser como tu. Live fast die young.
Hoje não sei em que te transformaste. Já nem sequer tenho curiosidade. Olho para trás como alguém que já viveu 60 anos sem ti. És parte dum passado distante. Mas às vezes tenho saudades.

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