segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quiet Village

São raras as vezes que fico sozinha no balcão em forma de U. Hoje também não estou sozinha. Partilho esta sexta-feira viciada com o senhor do costume que vem aqui beber o seu tinto como faz, possivelmente, todos os dias.
De qualquer maneira gosto de aqui estar e observar. Ter tempo para observar estas pessoas que já são crostas, habitués. Não só deste bar como também desta cidade, deste vício. Os degraus estão sujos, sujos como o vocabulário vazio e porco que sai das bocas daqueles que lá se sentam. Falam da última saída, da qualidade da moca. Percorrem o percurso que, sem querer, escolheram. Percurso acidentado que é limitador de expectativas e vontade de fazer mais.
Acham-se os maiores da sua praia. Assim, ao menos vivem levemente. Sem grandes preocupações e sem o peso de terem que enfrentar alguma decisão que realmente modifique o curso das suas vidas lentas e preguiçosas.
Ficam por aqui, as crostas... Dão-me conforto cada vez que volto a casa. Espero que seja sempre assim.

01 Jul 2011

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